sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Bahia Agrícola

Setor, importante para o PIB do estado, tem recebido poucos investimentos do governo
João Santana, ex-ministro da Integração Nacional João Santana
 Ex-ministro da Integração Nacional



Jamais os governantes da Bahia nas últimas décadas definiram o papel do Estado na sua economia agrícola, fato que considero, na melhor das hipóteses, um desrespeito ao universo social que abrange o setor e ingratidão para com aqueles que na história do estado sustentaram nossa economia durante séculos e que continuam a participar de modo forte e ativo do nosso produto interno.
Nossa extensão territorial é de 56 milhões de hectares. Nosso espaço rural registra cerca de 700 mil propriedades em 32 milhões de hectares. Destes, 5 milhões são ocupados por lavouras, 15 milhões pela pecuária, 7 milhões por matas e os outros 5 milhões por terras ociosas.
Somente pelo fato de 40% de nossa população economicamente ativa viver da agropecuária nesses milhões de hectares, o setor já merecia das autoridades estaduais mais atenção e respeito.
Graças a essa incompetência, dentre outras coisas, a Bahia vem sofrendo êxodo rural permanentemente. Há menos de duas décadas metade da nossa população vivia na zona rural e outra metade na zona urbana. Hoje já registramos entre 35 e 40% na zona rural e 60 a 65% na zona urbana, com todas as suas consequências negativas.
Diante da realidade que é a falta de visão integrada da economia do estado, culturas básicas de nossa agricultura estão à deriva. Cacau, fumo, sisal, dendê e mamona, dentre outras, são exemplos lastimáveis à mostra, que confirmam esse estado de deriva.
Investimentos na área da agricultura irrigada por parte do estado são tão insignificantes que sequer mereceram menção. A nossa EBDA (Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola) continua sucateada. Não pesquisa, não promove extensão nem realiza uma política de valorização dos seus competentes e missionários profissionais, que recebem salários ridículos.
Algumas ações pontuais de alguns governos estaduais, incluindo o atual, não sobreviveram a qualquer análise criteriosa que tenha como base o planejamento econômico. Essas ações, de modo geral, são utilizadas para apresentação de resultados fantasiosos e eleitoreiros quanto à triste realidade existente.
É bom deixarmos claro que o atual governo do estado entrou definitivamente para a história do descaso para com o setor ao dotá-lo insignificantemente no Orçamento Anual do Estado desde que tomou posse. Como exemplo, vejam só: em 2008, a SEAGRI recebeu 1,48% e, em 2010, apenas 1,30%.
É desrespeito para com o setor ou incompetência?

" Materia retirada do Blog do Geddel "

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