quarta-feira, 23 de maio de 2012

Captação de água garante sustento de famílias na região de Irecê

Com o sistema de irrigação, agricultores familiares amenizam os efeitos da seca e cultivam alimentos de boa qualidade para consumo e comercialização
 

A chuva do último fim de semana, em Irecê, não foi suficiente para mudar a cor da vegetação. Boa parte da paisagem permanece seca em consequência da longa estiagem. Para quem trafega pelas estradas da região, não é difícil observar plantações inteiras perdidas e animais mortos. Vivos, apenas os cactos resistentes à falta d’água contínua.

Ainda assim, num pequeno trecho, no Território de Identidade Irecê, agricultores familiares conseguem minimizar os efeitos econômicos e sociais da longa estiagem. No Assentamento Morro do Higino, no município de Jussara, 24 pequenos produtores, entre eles Antônio Gonçalves de Araújo Neto, se organizaram, criaram uma associação e utilizam a irrigação para produzir alimentos de boa qualidade e fácil comercialização – milho, melancia, feijão de corda, pinha, girassol e hortaliças.

Abastecimento – "Temos aqui uma área muito produtiva. Como não choveu, procuramos uma forma de sobreviver, tirando água do poço para abastecer nossas casas, dar para os animais e fazer a irrigação", conta Antônio, que vive com a mulher e dois filhos na localidade.

O Assentamento Morro do Higino é uma das 25 comunidades da zona rural de Jussara contempladas com kits de irrigação fornecidos, em regime de comodato, pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA). Os produtores receberam 600 metros de tubo, cinco mil metros de mangueira santeno (achatada) e três mil metros de mangueira de gotejamento. A montagem do equipamento foi realizada em fevereiro.


Técnicos em agropecuária e veterinário acompanham atividades

Além do material, a EBDA disponibiliza dois técnicos em agropecuária e um veterinário para acompanhamento das atividades. Conforme o técnico da empresa, Aurino Barbosa de Oliveira, as orientações incluem a forma correta de adubação, plantio, até o gotejamento (irrigação) dos três hectares de área plantada. Atualmente, os integrantes da associação usam água de dois poços que têm capacidade para fornecer 62 mil litros/hora.

O pequeno produtor Antônio Gonçalves disse que, por não ter previsão de chuva  nos próximos meses na região, a associação faz o uso consciente da água. "Pensamos no amanhã. Não adianta a gente ter tudo hoje e amanhã sentir falta, pois a gente não sabe quando vai chover." Toda a produção é consumida pelas famílias do assentamento ou comercializada na feira de Jussara.

Fonte: Seagri

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