Os perímetros públicos de irrigação em fase de implantação pela
Codevasf na Bahia – Salitre, em Juazeiro, e Baixio de Irecê, em
Xique-Xique – receberão, juntos, o maior aporte de investimentos
públicos previstos no eixo das parcerias público-privadas do programa
Mais Irrigação: serão R$ 472,7 milhões dentro do montante de
aproximadamente R$ 1 bilhão distribuídos por oito projetos, isso sem
contar os investimentos privados, que estão previstos em R$ 7 bilhões em
todo o programa.
O Mais Irrrigação – um programa ambicioso formatado e coordenado pelo
Ministério da Integração Nacional -, foi lançado nesta terça (13) pela
presidenta Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, numa cerimônia que
teve a presença do governador da Bahia, Jaques Wagner, único a discursar
na solenidade. O programa prevê o investimento de R$ 10 bilhões em
exploração agricultura e infraestrututra dos perímetros, sendo R$ 3 bi
de recursos públicos, boa parte oriunda do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC).
Serão 66 perímetros públicos de irrigação, divididos em quatro eixos de
investimentos, totalizando 558 mil hectares em 16 estados do país, com o
objetivo de dinamizar o desenvolvimento regional e o papel dos
perímetros públicos de irrigação, potencializando a geração de emprego e
renda.
No eixo 1, que lança uma novidade na exploração e gestão dos perímetros
públicos de irrigação – as parcerias público-privadas na forma de
Concessão de Direito real de Uso (CDRU) -, dos oito projetos, seis estão
sob a responsabilidade da Codevasf: além do Salitre e do Baixio de
Irecê, o projeto Nilo Coelho e o Pontal, em Petrolina (PE), e a primeira
etapa do projeto Jaíba, em Minas Gerais. Os outros dois – Baixo Acaraú,
no Ceará, e Platôs de Guadalupe, no Piauí, estão sob gestão do DNOCS.
“Hoje, ao lançar o Mais Irrigação, eu reafirmo um compromisso: nós vamos
derrotar a seca e vamos usar para isso o que existe de melhor no mundo
da tecnologia. Nós não vamos medir esforços. (…) A irrigação permanente e
terras constantemente aproveitadas, sem sombra de dúvidas, são a melhor
resposta para seca também. Nós queremos esse modelo bem sucedido e
esperamos que ele se espalhe pelo Brasil, recriando oportunidades de
produção e esperança”, disse a presidenta Dilma, que frisou a
importância da articulação dos grandes produtores com os agricultores
familiares, dentro do Mais Irrigação, de modo a que o pequeno produtor
possa viver “com a renda de sua propriedade”.
“Com os recursos previstos no programa Mais Irrigação, poderemos
alavancar e modernizar nossos projetos, além de implementar muitos
outros projetos de irrigação, e com isso aumentar muito a produtividade
dos perímetros – e, de alguma forma poder contribuir para diminuir a
desiguldade desse país”, disse o presidente da Codevasf, Elmo Vaz.
“Nós vivemos um momento muito duro com a estiagem, uma das mais
violentas dos últimos 50 anos; e portanto nós, governadores, como
representantes do nosso povo, realmente mais do que palavras, sentimos
uma ação objetiva de solidariedade e de impulso ao desenvolvimento do
povo nordestino”, afirmou o governador Jaques Wagner.
Do total de área prevista para ser beneficiada pelo Mais Irrigação –
583 mil hectares –, 149.445 hectares estão na Bahia. No eixo 3 do
programa, onde estão inseridos os perímetros da agricultura familiar e
dos pequenos irrigantes, dois dos projetos estão na Bahia: Mirorós
(2.095 hectares) e Estreito (2.735 hectares). Neste eixo, dos 27
projetos previstos, 25 estão no Nordeste e 11 estão sob responsabiliadde
da Codevasf. Os investimentos públicos previstos são de R$ 1 bilhão. No
eixo 4, perímetros que receberão investimentos para estudos e projetos,
quatro estão na Bahia: Iuiu (30 mil hectares), Itapecuru/Cruzeiro (10,5
mil hectares), Mucambo/Cuscuzeiro (6 mil hectares), e Rio de Contas (2
mil hectares). Neste eixo, dos 18 projetos, 9 serão tocados pela
Codevasf.
“Ao invés da indústria da seca, queremos a indústria da irrigação”,
disse a presidenta Dilma citando Celso Furtado, idealizador da Sudene.