A chuva que cai em
parte da Bahia desde a última quinta-feira (1º) está ajudando a diminuir
os focos de incêndio na Chapada Diamantina, uma das regiões mais
prejudicadas. Em algumas áreas, o fogo foi completamente debelado por
bombeiros e brigadistas voluntários. Os investimentos do Estado em ações
contra os incêndios ultrapassam os R$ 6 milhões, com a contratação de
aeronaves e a compra de equipamentos de proteção e combate.
Depois de uma noite inteira de combate às
chamas, com sucesso, um grupo de 19 brigadistas comemorou ao retornar à
base da operação Bahia Sem Fogo, montada no Aeroporto Horácio de
Mattos, em Lençóis. “O desgaste é total, mas fizemos de tudo para
proteger uma área de preservação ambiental”, disse Jorge Alves, um dos
voluntários.
Em visita à região, o secretário estadual
do Meio Ambiente, Eugênio Spengler, sobrevoou as áreas atingidas para
avaliar a situação na Chapada Diamantina. Também fizeram parte da
comitiva representantes do Comando da Polícia Militar, Corpo de
Bombeiros e Coordenação de Defesa Civil do Estado.
Segundo Spengler, a chuva amenizou a ação
do fogo. “Mas para decretar que os focos estão extintos, precisamos
aguardar mais chuva em pelo menos 72 horas. Estamos monitorando e
combatendo os pontos onde ainda há fogo”.
Na avaliação do comandante do Corpo de
Bombeiros, coronel Dalton Barbosa, o quadro é otimista, mas ainda
existem pequenos focos. “A chuva não apagou tudo, não deu para fazer um
rescaldo. Os bombeiros vão continuar trabalhando para evitar grandes
incêndios”.
A Secretaria do Meio Ambiente (Sema)
informou que em dez dias o número de municípios prejudicados pelos
incêndios passou de 20 para mais de 60. Seguem em estado de alerta as
regiões onde há maior preocupação, caso de Lençóis, Morro do Chapéu e no
oeste, onde choveu menos nos últimos dias. A mobilização inclui a
previsão de contratação de novas aeronaves.
Por enquanto, seis aeronaves reforçam
o trabalho dos brigadistas: dois helicópteros, três aviões de combate a
incêndios e um avião de observação. Vans, picapes e caminhões completam
a frota para o apoio e o transporte dos homens. Em algumas áreas só é
possível chegar de helicóptero.
Dos mais de R$ 6 milhões já investidos
pelo Estado, R$ 1 milhão foram gastos com a aquisição de novos
equipamentos de proteção individual (fardas, botas, luvas e máscaras) e
para combate a incêndios (abafadores, bombas costais, enxadas, rastelos,
entre outros). Apenas brigadistas treinados recebem os equipamentos.
Esforço concentrado
O trabalho de combate ao fogo em todo
o território baiano envolve o esforço de 550 brigadistas voluntários,
58 homens do Corpo de Bombeiros, dez técnicos do Instituto do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e seis PMs da Companhia
Independente de Polícia de Proteção Ambiental (Cippa), além do apoio do
Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais
(Prevfogo) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio).
Além da base de Lençóis, outras três
funcionam em Mucugê, também na Chapada, Rio de Contas, no centro-sul, e
Barreiras, no oeste. “O trabalho continua. É uma árdua missão na qual
contamos com a parceria da população e brigadas, que são muitas aqui na
Chapada e precisam ser fortalecidas no oeste”, destacou a coordenadora
de campo da operação Bahia Sem Fogo, a técnica de fiscalização do Inema,
Fabíola Cotrim.
O subcomandante-geral da Polícia Militar,
coronel Carlos Eleutério, explicou que, se necessário, o efetivo está
preparado para ser deslocado para outras regiões. “Como a chuva tem
chegado e ajudado bastante, o trabalho vai ficar minorado aqui e vamos
para locais que estejam precisando”.
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