O preço do café durante o ano de 2012 acumulou queda de aproximadamente
30% em todo país. Na Bahia, quarto maior produtor, o percentual foi de
25%. Além disso, a seca prejudicou o volume da safra 2012-estimada
inicialmente em mais de 2 milhões.
Após uma temporada de bons preços, em 2011, os produtores viram a
cotação despencar. A saca do café especial, que custava R$500, agora é
vendida por R$350. No caso do café consumo, o preço variou de R$ 350 na
safra passada para os atuais R$300.
O presidente da Associação dos Produtores de Café da
Bahia(Assocafé),Jão Lopes Araújo, argumenta que o custo de produção da
saca é de R$ 400. "A Bahia já teve uma safra pequena e ainda foi vendida
a um preço baixo. É difícil para o produtor aceitar isso", queixa-se
Araújo.
Motivados pelos preços do ano passado, quando houve uma alta de 40%
durante a colheita, em ralação a 2010, os produtores baianos
motivaram-se a investir na lavaoura. A expactativa para 2012 era ver os
preços subirem em decorência de uma safra menor, explica araújo.
Mas a crise econômica na Europa e nos Estados Unidos fizeram esses
mercados diminuírem a compra de cafés especiais, trocados pelo café
consumo, em especial os produzidos no Vietnã, que teve uma safra grande,
de 22 milhões de sacas.
O resultado disso foi a queda na bolsa do café especial (arábica), que representa 90% das exportações do Brasil.
"O produtor esperava lucrar, mas teve essa frustação", resume o corretor de café José Carlos Novais, de Vitória da Conquista.
Estocagem
O presidente da Assocafé conta que, nessa situação, os pequenos
produtores estão na pior situação. Eles representam 80% dos que cultivam
café no Estado. Ao contrário dos grandes produtores e de alguns médios,
que optam por reter parte da produção à espera de preços baixos para
pagar dívidas de produção. "Isso cria um efeito dominó. Um vende café a
um preço baixo para pagar as contas, o outro vende mais barato", diz.
O Ministério da agricultura, através do Funcafé, já liberou R$ 1,34
bilhão dos R$ 2,715 bilhões em financiamentos às operações da
safra2012/2013. Deste valor, R$ 820 milhões são destinados à estocagem
do grão, o que pode ajudar os produtores a aguardar preços melhores.
Araújo acredita que, com a ajuda desse financiamento, entre 30 e 60 dias os preços comecem a se recuperar.
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