A Associação de Combustíveis Renováveis (RFA, na sigla em inglês) dos
Estados Unidos, entidade que representa as usinas de etanol do país,
pediu à Agência de Proteção Ambiental americana (EPA) que revise os
cálculos de redução de emissão de gás carbônico do etanol de milho e do
biocombustível produzido a partir da cana no Brasil.
Grande parte do volume de etanol brasileiro exportado aos Estados
Unidos - nesta safra 2012/13 deverão ser 2,8 bilhões de litros - entra
na cota do etanol avançado, categoria que recebe prêmios sobre o preço
de mercado por emitir, no mínimo, 50% menos CO2 do que a gasolina,
segundo classificação feita pelo EPA. Para o órgão americano, a redução
de emissões oriunda do processo de produção do etanol de milho fica no
patamar de 30%.
Essa é a questão central do documento enviado ao EPA pela associação. A
RFA argumenta que a análise de emissões em vigor está "obsoleta", uma
vez que foi feita há três anos para atender ao Renewable Fuel Standard
(RFS2) - mandato federal que determina volumes de produção e utilização
de biocombustíveis no país. "Há, literalmente, dezenas de novos estudos e
melhorias de modelagem desde que o EPA finalizou o RFS2, há três anos",
afirmou o presidente da RFA, Bob Dinneen.
Segundo a entidade, esses novos relatórios mostram que a fabricação de
etanol de milho é bem menos intensivo na emissão de carbono do que o
calculado pelo EPA. Por outro lado, defende ele, pesquisas recentes
estariam mostrando que a redução de emissão associada ao etanol de cana
do Brasil é menor do que a originalmente calculada pelo EPA.
A associação defende que, desde 2006, a área colhida de cana-de-açúcar
no Brasil cresceu 55%, mas que poucas emissões relativas à essa mudança
no uso da terra (LUC) no Brasil foram consideradas nos dados. A
associação diz, ainda, que não foram devidamente avaliadas as emissões
vindas de subprodutos do processamento de cana, como torta de filtro e
vinhaça, assim como o uso de fertilizantes suplementares, além da
dimensão real da área onde há queima de cana.
Esta, de acordo com a RFA, seria quatro vezes maior do que a computada
pelo órgão ambiental americano. Em nota, a União da Indústria de
Cana-de-Açúcar (Unica) afirmou que a RFA faz uso de estudos defasados
para defender seu ponto de vista.
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